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Nas mudanças dos cuidados, ação do farmacêutico reduz custo e melhora resultados.

Na literatura científica a expressão “transition of care” indica a necessidade de cuidados específicos na ocasião em que um paciente é transferido de um serviço de atendimento para sua residência, ou vice-versa, ou passa de um setor para outro setor da instituição.

Colocando esta expressão no site www.pubmed.com encontrei 456 publicações, sendo que 14 eram do século passado e 442 deste. Considerando apenas a última década, me deparei com 400 publicações. Deduz-se que este tema recente tem crescente interesse. A expressão pode ter outro significado além do mencionado, quando se refere à mudança de atendimento de um adolescente que passa a um serviço para adultos mas este é um enfoque raro perante aquele acima descrito.

Alguns dos artigos de Pubmed abordam os equívocos da equipe da saúde nas transferências, resultando em sofrimento ou prejuízo, seja para o paciente, seja para o serviço.
A maioria destes equívocos acontecem com idosos, doentes que recebem diversas medicações, portadores de distúrbios crônicos e aqueles com dificuldade de entendimento, seja da língua, seja dos objetivos de cada componente do seu tratamento.

Não há um padrão definido para a composição das equipes que cuidam da transição. Farmacêuticos como também residentes e estudantes de farmácia hospitalar desempenham um papel importante nas equipes multidisciplinares incumbidas de avaliar a continuidade das condutas envolvidas na transferência.

Realizado em um hospital de Asheville, nos Estados Unidos, um estudo recente demonstrou que a avaliação farmacêutica na transição melhorou o uso seguro dos medicamentos com impacto nas taxas de reinternação. As mudanças influenciaram inclusive as atividades de outras áreas do hospital. Farmacêuticos, residentes e estudantes de farmácia atuaram no registro do histórico das medicações, na identificação de discrepâncias e no encaminhamento da reconciliação. Os autores estimam que para cada dólar investido em tempo do farmacêutico foram poupados 12 dólares. Um fato expressivo foi o total de 904 intervenções realizadas pelos farmacêuticos, correspondendo a uma média de 2,4 por paciente.

Para saber mais, veja artigo Transition of care: managing medications, escrito pela Joint Comission da União Europeia e que pode ser encontrado clicando aqui

Artigo citado acima sobre o papel do farmacêutico na economia hospitalar:
Raffert A, Denslow S, Michalets EL. Pharmacist-Provided Medication Management in Interdisciplinary Transitions in a Community Hospital (PMIT). Ann Pharmacother 2016;50(8): 649-55. Disponível aqui. Acesso em 08/01/2018 
 
Paulo Aligieri,  Médico Pediatra, parceiro e colaborador da Unifar. 
Médico assistente da Fundação para o Remédio Popular - FURP